A criação do fluxo magnético é realizada através de uma bobina enrolada ao núcleo de ferro laminado, através da qual se faz passar uma corrente eléctrica variável no tempo ( lei de Lenz-Faraday). O valor de tensão de saída (V2) , é obtido colocando uma segunda bobina enrolada em torno do mesmo núcleo de ferro laminado. A primeira bobine, onde se liga a fonte de tensão, é chamada de primário (ou enrolamento primário) e a bobina, onde se vai buscar a tensão saída, é chamada de secundário (ou enrolamento secundário).
Tipos de transformadores
existem diversos tipos de transformadores irei tratar de cada um mas detalhado em outra postagem.
Modelização do transformador
Transformador ideal
É um transformador sem perdas, isto é, a potência eléctrica obtida no secundário é igual à
potência eléctrica injetada no lado do primário.
O transformador possui NP espiras de fio no primário e NS espiras de
fio no secundário. A relação de transformação para este transformador é dada por:
Rt= Vp = Np S1=S2
Vs Ns
A impedância é definida como:
Z=V/I
A impedância aparente (impedância Z vista do lado do primário, tendo o transformador
pelo meio) – Z’ – é dada por:
Z=Vp
Ip
Como a relação de transformação é: vP = rt vS e iP = iS /rt, vem:
Transformador real – circuito eléctrico equivalente
Tendo qualquer transformador, real, perdas, estas terão que ser consideradas, mesmo quando
apenas ao nível de utilização da máquina – determinação do rendimento, que relaciona a energia
fornecida e a energia utilizada. Às perdas já referidas no electromagnetismo (perdas por correntes
induzidas, perdas por histerese e perdas por dispersão magnética) vêm adicionar-se as perdas de Joule nos enrolamentos primário e secundário, visto que têm resistência e por elas passam as correntes do primário e do secundário. Entrando em conta com as referidas perdas, teremos o circuito eléctrico equivalente do transformador
as perdas são:
Testes ao transformador
Ensaio em vazio
O secundário é deixado em aberto (não ligado a qualquer carga), sendo o enrolamento primário ligado à tensão nominal. Dado que o secundário está em vazio, nenhuma corrente flui nele e,
consequentemente:
a) nenhuma energia é transmitida
para aquele ramo do circuito
b) as perdas de Joule, no
enrolamento secundário, são nulas
Verifica-se, entretanto, que o watímetro e o amperímetro, inseridos no circuito do primário, mostram valores não nulos – esta energia é “gasta” no enrolamento primário (Joule) e no núcleo de ferro (Eddy e histerese). poderemos dizer que a energia gasta neste ensaio é atribuível às perdas de Eddy e de Histerese, denominadas de perdas no ferro – PFE. Além deste valor de perdas, poderemos ainda determinar o fator de potência do transformador, em vazio. Este valor é importante, pois muitas vezes o transformador é deixado sem carga, tendo, do ponto de vista do fornecedor de energia, que gera uma potencia reativa (consumida ou produzida) que importa conhecer. Assim, sendo a potência activa dada por
Ensaio em curto-circuito
O secundário é curto circuitado e aumenta-se a tensão no primário até que a corrente no secundário atinja o valor nominal. Note-se que, estando o secundário em curto circuito, a sua impedância é quase nula, donde, a tensão necessária, no primário, para obter essa corrente, é muito pequena. Como neste ensaio a tensão no primário é reduzida, então a corrente que flui no enrolamento (IP) é também reduzida.
Este ensaio permite conhecer, também, o valor da corrente de curto circuito do secundário
(e, através da relação de transformação, a corrente de curto circuito do primário), fazendo uma
regra de três simples – se com uma tensão V Pcc se obtém a corrente nominal no secundário, então
com a tensão nominal no primário (e um curto circuito no secundário) obter-se-á a corrente de
curto circuito. O conhecimento deste valor é de fundamental importância para a determinação de
algumas grandezas relacionadas com dispositivos de protecção na instalação eléctrica, à qual o
transformador pertence.
V1cc------I2n
V1n--------I2cc
Rendimento
Determinadas as perdas, poderemos determinar o rendimento do transformador. Define-se o fator de carga (C), como sendo a relação entre a corrente do secundário do transformador, num determinado momento, e a sua corrente nominal, isto é:
C= I2/In
As perdas no Ferro são praticamente constantes, qualquer que seja a carga do
transformador. As perdas no Cobre dependem do fator de carga, já que a sua expressão é:
Pcu=Rp.I²p+ Rs.I²s
podemos então definir o rendimento do transformador como:
fonte: Eduardo Paiva. Transformadores
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